O laboratório estava silencioso, como sempre. Apenas o zumbido constante dos freezers e o sussurro intermitente das máquinas preenchiam o espaço — sensores monitorando batimentos, temperatura, sinapses… tudo calibrado para manter aqueles corpos viáveis, preservados, suspensos, à espera de um uso.

Caminhei entre os tubos, observando os rostos imóveis, pálidos, todos versões perfeitas de alguém — filhos biológicos de milionários que jamais os conheceriam, peças sobressalentes, carne preparada para ser usada e, inevitavelmente, descartada.

Mas hoje… hoje uma delas estava acordada.

Quase todas eram minhas cópias. Usar minha própria imagem para os experimentos poupava tempo, evitava explicações, eliminava variáveis incômodas. E aquela… era só mais uma de mim.

Eu a havia despertado mais cedo, após meses refinando o protocolo: dopaminas, bloqueadores, alinhamento das memórias — ou, ao menos, a tentativa patética de alinhamento. A maioria despertava em pânico, confusa, surtada, incapaz de entender que não eram “eles”, mas apenas um reflexo, uma cópia, um produto.

Mas ela… não.

Quando abriu os olhos, me olhou com a mesma expressão que eu via todos os dias no espelho: neutra, analítica, sem medo.

Ela era idêntica a mim, mas sem as marcas naturais do tempo e das escolhas. O cabelo jamais conhecera uma tesoura ou uma tinta. As sobrancelhas eram brutas, nunca desenhadas. No ombro, não havia a cicatriz que eu carrego há anos. E o púbis… que horror — um matagal primitivo, esquecido pelas convenções sociais que eu, há muito, havia adotado.

Tentou conversar, perguntou quem era. Eu apenas respondi, seca:
— Você sou eu.

Ela não pareceu tão confusa quanto eu esperava. Apenas me observou, em silêncio, como quem reconhece o inevitável. Não gritou, não tentou arrancar os fios, não se atirou contra as paredes, como tantos outros fizeram antes.

Só respirou fundo e perguntou, com uma serenidade desconcertante:
— Por que eu?

Parei ao lado dela, ajustei os parâmetros no monitor, observando os gráficos das funções vitais estabilizadas, o padrão cerebral ainda oscilando, mas dentro do aceitável.

Respirei fundo antes de responder, sabendo que a pergunta era retórica, quase automática, mas, para ela, ainda fazia sentido. Para mim, era só mais uma variável, mais um teste.

— Porque você é a mais próxima de mim… perfeita o suficiente para que o experimento seja válido, mas distante o bastante para que eu não me importe — falei, sem alterar o tom, como quem comenta sobre a umidade do ar ou o volume de um solvente.

Ela inclinou levemente a cabeça, aquele mesmo gesto que eu fazia quando desconfiava de algo. E aquilo… me irritou mais do que deveria.

— E agora? — perguntou, a voz ainda seca, a entonação impessoal, como se soubesse que o futuro dela já estivesse escrito em algum relatório que ela nunca leria.

Olhei para o corpo nu, sentado na maca, ainda coberto de sensores, os fios de monitoramento grudados na pele branca, lisa, sem marcas, sem histórias. A ausência da cicatriz no ombro me pareceu quase uma afronta.

— Agora… você vive. Ou morre. Depende do quanto sua mente vai aguentar — respondi, dando de ombros, enquanto anotava os resultados no tablet.

Ela não desviou o olhar. Apertou a borda metálica da maca com os dedos, como quem testa a textura, ou o limite.

— Eu sou você — repetiu, como quem mastiga uma ideia estranha, medindo o peso da frase, o espaço que ela ocupa.

Assenti, cansada.

— Não exatamente. Você é quem eu fui… quem eu poderia ter sido, quem talvez eu nunca serei. Um corpo, uma memória fragmentada, um espelho quebrado. Só isso.

Ela não respondeu. Apenas soltou um riso curto, sem humor, e abaixou o olhar para o próprio corpo, passando as mãos pela pele lisa, pelos seios intactos, pela cicatriz ausente, pelo púbis descuidado, como quem começava a entender que aquilo — tudo aquilo — não era uma escolha, nunca foi.

— E quanto tempo eu tenho? — perguntou, ainda sem me encarar.

Suspirei.

— Ninguém sabe. Depende de você… depende do quanto vai aguentar saber que é só… um experimento.

Ela assentiu, como quem aceita a sentença. Depois ergueu o olhar e sorriu — um sorriso idêntico ao meu, mas que não me pertenceu. Não mais.

— Cacete, me dá algo pra beber! — falou, apontando para a minha mesa. Sabia que eu guardava bebida ali. — Segunda gaveta, embaixo da caixa de remédio?

Eu ri. Ela acertou.

Ela falou exatamente do jeito que eu sempre falo quando estou cansada e estressada. E aquilo… não era um pedido por um copo de água.

Fui até a mesa, peguei a garrafa, enquanto ela permanecia sentada na maca, nua, só pele, olhando em volta, com aquele olhar que misturava curiosidade e tédio. Por vezes, parei para admirar aquele corpo — o meu corpo — diante de mim, como se fosse a primeira vez que o via de fora.

— Eu sou a primeira?

— Que deu certo… até agora, sim.

— Então… já fez aquela coisa com seus clones? — ela perguntou, arqueando a sobrancelha, com aquele tom provocador que eu conhecia bem.

— Que coisa? — respondi, desviando o olhar, mesmo já sabendo exatamente do que ela falava.

— De transar com um clone seu… — soltou, direta, como quem comenta sobre o tempo.

— Você tem essa lembrança? — ri, envergonhada, sentindo o calor subir pelo rosto. — Curioso…

— Lembrança… e vontade — ela completou, rindo, enquanto apontava com o queixo para a minha prancheta. — Anota isso aí…

Eu ri também, meio sem graça, confesso. Não era só uma lembrança… era um fetiche, um daqueles que sempre achei que ficaria trancado, seguro, só na minha cabeça.

— Termina seus testes — ela continuou, cruzando as pernas nuas sobre a maca com uma naturalidade desconcertante. — Eu não tenho muito tempo… é um dever cristão: um trago, um pouco de sexo… e a gente não fuma. Então, enfim morrer.

Eu gargalhei de verdade levando a mão à testa, como quem se rende.

— Então… sua última vontade antes de morrer é foder? — falei, rindo de mim mesma, como quem corta, sem anestesia, mil anos de análise, reduzindo tudo ao que sempre foi: puro instinto. — Você nem sabe quanto tempo tem, pode ter uma vida inteira.

Ela deu de ombros, sorrindo, como quem já sabia a resposta.

— É melhor prevenir.

Virei a garrafa pelo gargalo, bebendo um trago generoso, e a ofereci a ela, que bebeu da mesma forma, sem hesitar. Ficamos um tempo assim, dividindo a bebida, enquanto eu lia os monitores, fazia exames clínicos, anotava parâmetros. Cada clique no teclado, cada riscar de caneta, tudo sob o silêncio cortado apenas pelos goles compartilhados e pelo zumbido constante das máquinas.

Certa hora, quando as pernas dela começaram a ganhar força, ela se levantou, caminhando lentamente pelo laboratório. Eu sabia que não deveria permitir: uma cobaia consciente, livre, era um risco que nunca se tomava. Mas com ela…

Meu interesse não era puramente científico, e eu já sabia disso desde o instante em que a despertei. Só precisava de um pretexto, um impulso inicial para ceder aos experimentos que, há muito, povoavam os cantos mais sombrios — e sacanas — dos meus instintos.

Enquanto eu continuava meu trabalho, aparentemente displicente, ela deu a volta por trás de mim. Meus ombros se enrijeceram quando senti a respiração quente e muito próxima do meu pescoço.

Ela estava ali, colada, observando por cima do meu ombro, como se pudesse ler cada palavra que eu anotava. Meu coração disparou brevemente — não era medo… era uma excitação confusa, inesperada, uma vertigem estranha: ser observada tão de perto… por mim mesma.

— Posso fazer uma pesquisa científica em você? — ela perguntou, rindo por cima do meu ombro, num tom provocante, carregado de ironia. — Eu sou clone de uma cientista…

Eu ri, sabendo exatamente do que aquilo se tratava.

Me concentrei ao máximo, travei a respiração, me cerquei de todas as defesas possíveis. Sabia que o que viria a seguir seria difícil de conter. Talvez fosse exatamente esse o impulso que eu precisava.

— Pode prosseguir com o seu experimento… — respondi, firme, mas com a voz inevitavelmente mais baixa.

Ela não hesitou.

Correu a mão por baixo da minha blusa, os dedos frios, a palma espalmada contra minha pele. Depois, com as unhas ligeiramente arqueadas, arranhou minha barriga num movimento circular, amplo, como quem mapeia um território desconhecido — ou, talvez, só quisesse provar que o conhecia melhor do que ninguém. Fechou o gesto com um aperto leve, certeiro, no final, bem abaixo do umbigo.

O toque me deixou molhada na hora.

Ela sabia — tão bem quanto eu — onde beijar, onde acariciar, onde pressionar. O corpo colado ao meu, a respiração quente no meu ouvido, me fazia inspirar e expirar com dificuldade, como se o próprio ar do laboratório tivesse ficado mais denso, mais pesado.

Sua mão, ladina, desceu com naturalidade, abrindo espaço, se insinuando para dentro da minha calça, deslizando sem pressa pela elasticidade do tecido, até alcançar minha calcinha de algodão. E ali, ela me encontrou molhada, muito molhada.

Seus dedos dançaram com liberdade, deslizando, provocando, contornando, enquanto eu arqueava instintivamente o quadril, me rendendo ao toque que era meu, mas que parecia tão alheio, tão fora de controle.

O corpo inteiro tremeu.

A prancheta escorregou das minhas mãos, caiu no chão com um estalo surdo, insignificante, enquanto eu buscava apoio desesperado na borda da mesa, afundando os dedos no tampo frio de metal, como quem tenta se manter de pé diante de uma força maior, um impulso mais primitivo que qualquer racionalização.

Ela continuava ali, atrás de mim, colada, os dedos se movendo com maestria entre os lábios quentes e molhados, enquanto o peito nu roçava minhas costas e a boca se aproximava ainda mais do meu ouvido, como se quisesse me sussurrar alguma sentença… ou só me ouvir gemer.

Ela continuou com os dedos me provocando, mas, de repente, parou.

Tirou a mão da minha calcinha devagar, como quem solta uma presa só para saborear a antecipação, e se afastou um passo, me deixando ainda arqueada, ofegante, com a pele arrepiada e a respiração cortada.

— Espera… — ela falou, divertida, passando os dedos úmidos pelos próprios lábios como quem experimenta um vinho raro. — Antes da gente continuar… quem chupa quem primeiro?

Eu me virei, incrédula, sem saber se ria ou se a puxava pelos cabelos de volta pra mim.

— Tá de brincadeira… — murmurei, já sorrindo. — E para de me lamber, isso é nojento.

Mas ela já estava em posição, fechando os punhos na frente do corpo, com aquele olhar maroto, de quem não tem nada a perder e tudo a ganhar:

— Jokenpô?

Eu ri alto, me endireitando e entrando no jogo. Ergui a mão e começamos:

— Jo… ken… pÔ!

Pedra.

As duas.

Ela arqueou a sobrancelha, eu fiz o mesmo. Já sabia.

De novo:

— Jo… ken… pÔ!

Tesoura.

As duas.

Nos olhamos, meio chocadas, meio divertidas, meio… excitadas com a estupidez daquela coincidência.

— De novo — ela insistiu, os olhos brilhando.

— Jo… ken… pÔ!

Papel.

As duas.

Ficamos paradas, olhando uma pra outra, depois começamos a rir, um riso descontrolado, aliviado, como quem percebe o absurdo da situação: duas versões da mesma pessoa, presas no mesmo padrão mental, reproduzindo o mesmo gesto, a mesma escolha, como se estivéssemos presas a uma coreografia invisível.

Eu respirei fundo, ainda rindo, e comentei, mais para mim mesma:

— Claro… comportamento especular…

Ela me olhou com aquela cara de quem sabia que vinha explicação científica pela frente, mas mesmo assim se inclinou, curiosa:

— Vai… fala…

Eu me recostei na mesa, ainda nua, ainda molhada, mas com a mente acelerada, articulando:

— Clones com fragmentos de memória e estrutura intelectual replicada tendem a exibir padrões de comportamento espelhado quando expostos a decisões simultâneas…

— Em português, doutora? — ela interrompeu, cruzando os braços e sorrindo, debochada.

— Em português… a gente tende a pensar reflexivamente igual… até nas coisas idiotas.

Ela gargalhou, se aproximou ainda mais e sussurrou no meu ouvido, com aquele tom insolente e deliciosamente autoritário, como quem sela um destino que já estava decidido desde o começo:

— Então… eu decido. Eu, você primeiro.

Eu sorri, já sabendo o que ela queria.

Ela se encostou na mesa, completamente nua, abrindo as pernas com uma naturalidade desconcertante, expondo-se sem pudor algum, deixando à mostra aquela buceta peluda, crua, selvagem, ainda úmida, ainda pulsando da provocação anterior.

Não pude evitar: arqueei uma sobrancelha e soltei, num tom irônico, meio rindo:

— Uma depilação primeiro seria ótimo…

Ela riu alto, jogando a cabeça pra trás, como quem despreza qualquer necessidade de estética ou convenção. Apenas abriu ainda mais as pernas, apoiando os pés nas laterais da mesa, oferecendo-se sem reservas.

Eu respirei fundo.

Não era lésbica. Nunca tinha sequer imaginado estar de joelhos, com o rosto enfiado entre as pernas de outra mulher… e, ainda assim, ali estava: com o coração disparado, as mãos tremendo levemente, maravilhada.

Não pelo fetiche puro — mas pela estranha e perturbadora sensação de ver diante de mim, exposto, nu, um sexo que era o meu… o mesmo desenho, o mesmo formato, o mesmo cheiro, mas com pequenas variações: a ausência da depilação, a textura mais suave, o tom levemente diferente da pele, o detalhe da dobra…

Inclinei o rosto devagar, como quem se aproxima de uma obra de arte rara, e, sem saber exatamente como começar, deixei que os lábios apenas roçassem os pelos, abrindo caminho até encontrar os lábios quentes, úmidos, inchados, que pulsavam em expectativa.

Respirei fundo mais uma vez e então…
Deixei a língua deslizar, devagar, insegura, como quem experimenta algo pela primeira vez, sem ter certeza se faz direito… mas me guiando pelo óbvio: como eu gostaria de ser chupada.

Lambi de baixo para cima, com a língua bem achatada, percorrendo toda a extensão da vulva, até encontrar o clitóris, escondido sob aquela camada farta de pelos. Senti o corpo dela estremecer na hora.

Ela gemeu, rouco, quase um grunhido, inclinando a cabeça para trás, os dedos apertando com força a borda da mesa.

Aquilo me animou.

Fui mais fundo, abri os lábios dela com os dedos, expondo o centro úmido e quente, e deixei a língua se enfiar ali, saboreando o gosto salgado, denso, tão familiar e tão estranho ao mesmo tempo.

Aos poucos, fui criando ritmo, alternando entre lambidas longas, que faziam seu corpo inteiro se contorcer, e movimentos mais curtos, rápidos, focados no clitóris, que a faziam gemer alto, perder o controle.

O corpo dela tremia, os quadris começaram a se mover sozinhos, buscando mais, querendo mais.

Eu me apoiei melhor, segurando suas coxas firmes, abrindo ainda mais as pernas, me encaixando entre elas, sentindo o calor que emanava, deixando que meu rosto se perdesse naquele sexo exposto, molhado, palpitante.

Minha língua acelerou, focando no clitóris, pressionando, vibrando, enquanto eu sugava, puxava levemente com os lábios, como eu sempre imaginei que gostaria que fizessem comigo.

Ela ficou insandecida.

Começou a gemer alto, rouco, os sons reverberando pelo laboratório vazio, misturados ao zumbido das máquinas, ao frio metálico daquele espaço, criando um contraste quase pornográfico entre a assepsia do ambiente e a sujeira crua do desejo.

Os quadris se erguiam, descompassados, enquanto ela apertava meus cabelos, me puxando ainda mais contra ela, como se quisesse me sufocar ali, me prender, me obrigar a não parar.

E eu não parei.

Continuei, focada, com a língua em ritmo frenético, até sentir seu corpo inteiro enrijecer de repente, as coxas me apertando, o abdômen se contraindo, a respiração falhando…

— Aah… porra…! — ela gritou, quase rugindo, e então…

Gozo.

Avassalador.

O orgasmo explodiu violento, fazendo ela esguichar com força, molhando tudo — minhas mãos, meu rosto, o chão frio… e o meu jaleco, que ficou encharcado, marcado com o jato quente que ela soltou, sem pudor, sem contenção.

Eu me afastei um pouco, ainda ajoelhada, olhando aquela cena com um misto de espanto, admiração e… tesão.

O coração ainda disparado, a respiração falha, o corpo inteiro em alerta, sentindo o calor escorrendo pelo jaleco, pela pele… e, ao mesmo tempo, um desejo urgente, latente, inevitável, de ser… a próxima.

Ela respirava, arfante, os olhos semicerrados, ainda se recuperando, com um sorriso satisfeito no rosto.

Eu ria da situação inusitada, da bizarrice daquele experimento que havia extrapolado qualquer protocolo, enquanto ela, entre uma inspiração e outra, ganhava tempo para se recompor.

E então, finalmente, me perguntou:

— Você goza rápido assim? Gente… isso foi o quê? Dois minutos?

Eu ri, encolhendo os ombros:

— Não… raro. Muito raro. Eu não sou do tipo que transa muito… quanto mais goza.

Ela gargalhou, passando a mão pelo próprio corpo, como quem confere os efeitos colaterais do prazer:

— Gostou de se chupar, doutora?

Eu ri ainda mais alto, levando a mão à boca, meio sem acreditar:

— Hahaha… confesso que… gostei. Eu nunca imaginei que fosse… tão gostosa.

Ela inclinou o corpo pra frente, debruçada sobre a mesa, me olhando com aquele olhar malicioso e inevitável:

— Sua vez agora?

Eu hesitei.

Ficar vulnerável naquela posição… sempre me deixou nervosa.

Mas aquilo era diferente.

Era quase… quase… algum tipo de masturbação biotecnológica.

Em anos — décadas, séculos — de ciência, ninguém jamais tinha visto algo assim. E eu… eu tinha acabado de colocar meu nome na história, da pior e mais improvável maneira possível: fodendo um clone meu.

Respirei fundo, tentando afastar o raciocínio lógico que sempre me salvou, e simplesmente… cedi.

Baixei a calça devagar, escorregando o tecido até os joelhos, sentindo o ar frio do laboratório morder a pele, enquanto me apoiava na mesa, ficando com a bunda empinada, completamente exposta, completamente entregue.

Ela não perdeu tempo.

Ajoelhou-se atrás de mim, as mãos firmes segurando minhas coxas, abrindo-as mais, e então…

Lambida.

Direta.

Molhada.

O choque do contato me fez arquear na hora, gemendo sem conseguir conter, enquanto sua língua percorria toda a extensão da minha vulva, mas não parava ali… subia, provocava, rodeava, até alcançar meu cu, onde ela começou a lamber com intensidade, circulando a borda, sugando, pressionando com a língua firme, quente, enquanto, com uma das mãos, já escorregava os dedos entre os meus lábios, mergulhando dentro de mim com facilidade.

A invasão dupla me fez perder o fôlego.

As lambidas no cu, insistentes, vorazes, se misturavam com as dedadas rápidas e ritmadas na minha buceta, me fazendo gemer alto, me segurar na borda da mesa com força, enquanto o corpo começava a tremer inteiro, desobediente.

Ela me chupava como quem sabia exatamente o que fazer — e sabia, claro… era eu ali, ajoelhada, me conhecendo, me explorando, me fodendo como ninguém jamais poderia.

Eu gemia, arfava, me debatia, e não demorou…

O orgasmo me tomou de assalto, rápido, avassalador, me fazendo arquear ainda mais a bunda, empinada, enquanto meu corpo inteiro estremecia, convulsionando ao redor dos dedos dela, enquanto a língua não parava de lamber meu cu, me mantendo ali, presa, rendida, fodida de um jeito que eu nunca imaginei que seria… por mim mesma.

Gozei forte, gemendo alto, com a respiração falhando, as pernas falhando, o corpo inteiro entregue àquele prazer sujo, científico, inédito, que marcou para sempre a minha história… e a dela.

Me apoiei na mesa, arfante, sem conseguir olhar para trás, só sentindo ainda o calor da boca dela na minha pele, enquanto o laboratório silencioso parecia… finalmente… testemunhar algo verdadeiramente revolucionário.

— Como diabos eu vou anotar isso no relatório? — Um riso forte estava entalhado no meu rosto e não ia embora — Meu Deus, isso vai ser vergonhoso demais para mim amanhã.

— Então aproveita.